A doença renal crônica (insuficiência renal crônica - IRC) é quando os rins estão perdendo gradualmente sua função de filtrar o corpo de forma irreversível.

A doença pode aparecer em gatos de qualquer raça, idade e sexo. É mais comum em felinos acima de oito anos cardiopatas e diabéticos. Existem algumas doenças geneticamente transmitidas, principalmente em raças como o Persa e o Abissínio. Porém não existe um padrão.

Pela experiência da doutora Sonali Rebelo, cinco a cada dez pacientes atendidos tem doença renal, tendo períodos com 70% dos pacientes.

O que definirá as chances do gato ter uma vida longa e com qualidade é o diagnóstico precoce.

Os gatos podem passar muito tempo assintomáticos e quando começam os sintomas, é possível serem confundidos com doenças menos graves.

Sintomas

●  O gato bebe muita água, faz xixi toda hora e a urina é transparente.
●  Dor ao urinar e na região dos rins quando apalpado.
●  Náuseas, vômito, falta de apetite, letargia, perda de peso, úlceras na boca e no estômago.
●  Pressão alta e anemia.

O diagnóstico pode ser feito por um hemograma completo, bioquímica da função renal (ureia, creatinina, fósforo), ultrassonografia das vias urinárias, exame de urina e/ou SDMA.

Causas

  Doença renal congênita (a animal nasceu assim)
●  Intoxicação por veneno ou medicamentos nefrotóxicos
●  Mineralizações ou cálculos renais
●  Infecção ou inflamação do glomérulo, doenças bacterianas e virais (peritonite, leucemia felina)
●  Infecções urinárias de repetição
●  Rins policísticos
●  Obstruções urinárias crônicas
●  Traumas abdominais
●  Exposição crônica à metais pesados
●  Amiloidose renal (Persas e Abissínios)
●  Doenças renal crônica secundária à cardiopatias, diabetes e tártaro nos dentes
●  Câncer
●  Desidratação crônica

Beber água não é um processo natural para os gatos. Eles se originam de gatos selvagens do deserto. Sua hidratação deveria vir das presas que possuem 70% de água. Eles apenas matam a sede e não se hidratam.

Problemas das rações secas industrializadas

  Contém apenas 10% de água.
●  Excesso de carboidratos que gera glicação (pico de glicose após a refeição). São de 25-50% de calorias vindas dos carboidratos sendo que o ideal é abaixo de 15%.
●  São superprocessadas.
 Matéria prima de baixa qualidade.
●  O gato precisa de proteína animal e no cálculo de proteína bruta da ração é incluso a proteína vegetal.
  A maioria tem conservantes químicos (BHT e BHA) que podem causar Câncer.
●  Não é customizável para as necessidades de cada caso.

Controle da doença

● Fluidoterapia endovenosa ou subcutânea (aplicação de soro). No caso da subcutânea, é recomendável que o tutor aplique em sua residência para evitar estresse no gato.
●  Exames regulares.
● Controle proteico (mas tomando cuidado para não haver desnutrição proteica), redução do fósforo na alimentação
● Incentivar seu gatinho a beber, colocando potes de água em todos os cômodas da casa. Tentar usar fonte, potes de diferentes materiais (vidro, cerâmica, aço), colocar em locais altos, adicionar um pouco de caldo de frango caseiro, sem sal na água.
●  Fornecer ração úmida renal (sachê, lata) ou alimentação natural (caseira) desenvolvida por um veterinário especializado em nutrição felina.

Fale com seu veterinário antes de aplicar vacinas ou fazer algum procedimento que precise de anestesia ou medicamento forte. Eles podem piorar o funcionamento dos rins.


Fonte: Sonali Rebelo, veterinária nutróloga.

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